19/12/2008

Histórico das Extinções

Extinção é um processo constante, que exige uma adaptação contínua das espécies mesmo na melhor das épocas; é um dispositivo que abre continuamente os nichos para espécies novas, abastece o motor da selecção natural e o crescimento da diversidade biológica, que sempre cresceu, mesmo que não continuamente, desde a primeira explosão de vida animal no Cambriano, há 540 milhões de anos.

O gráfico abaixo demonstra uma linha que ilustra os níveis de mudança da diversidade, medidos por fósseis dos organismos marinhos classificados por famílias. O registro fóssil mostra cinco eventos principais de extinção em massa. Durante estas extinções, Famílias ou mesmo Ordens inteiras de organismos foram eliminados, redireccionando radicalmente o curso da evolução.
A mais famosa das extinções em massa é a mais recente: a do fim do período Cretácico (5 da fig.1) quando os dinossauros se extinguiram (com excepção, tal como muitos cientistas sugerem, alguns dinossauros que evoluíram em pássaros). A extinção do Cretácico, mais do que qualquer outra, tem gerado uma grande controvérsia.
Muitos cientistas afirmam que esta teria sido causada pelos efeitos atmosféricos de um impacto por meteoro na costa de Yucatan, no México. Mas outras explicações propostas para o desaparecimento dos dinossauros incluem a perda do habitat, competição com mamíferos, mudança do clima, a propagação de doenças, um evento vulcânico maciço na Índia levando a um inverno vulcânico que durou meses ou anos, queda periódica de poeira cósmica, propagação das angiospermas e muitas outras possibilidades.
A extinção no Pérmico de 250 milhões de anos atrás é especialmente intrigante, em parte porque de longe esta foi a pior na história da terra: estimativas sugerem que até 95 % de todas espécies vivas antes do evento de extinção (incluindo todos trilobites e muito outros grupos animais) desapareceram.


Figura 1: Gráfico da Linha do Tempo.

CÂMBRICO (~600 Ma) - A explosão do Câmbrico foi "a grande explosão" da vida animal. Foi quando o oxigénio atmosférico aproximou-se aos níveis actuais e surge uma enorme diversidade dentro de alguns poucos milhões de anos.


ORDOVÍCICO (~480 Ma) - Logo depois que as primeiras plantas terrestres apareceram, o primeiro evento principal de extinção eliminou muitos tipos de trilobites e outras formas de vida invertebrado marinha.


DEVÓNICO (~400 Ma) - Após o aparecimento dos primeiros insectos sem asa, dos peixes com armadura (Pteraspideos) e dos anfíbios (Icthyostega), uma onda de extinção eliminou muitos invertebrados, corais e placodermos marinhos (peixes primitivos).


PÉRMICO (~299 Ma) - Répteis, como o Dimetrodon (que não é um dinossauro), transformaram-se nos animais terrestres dominantes, mas antes, a extinção mais severa causou o desaparecimento de grupos inteiros de animais, incluindo trilobites e alguns répteis semelhantes a mamíferos.


TRIÁSICO (~250 Ma) - Enquanto a vida se recuperava, répteis floresceram e os primeiros dinossauros apareceram. Uma onda de extinções eliminou muitos tipos de dinossauros "arcaicos", deixando lugar para os gigantes do Jurássico, como os Braquiossauros.


CRETÁCICO (~145 Ma) - Tubarões, tais como aqueles que vivem até hoje, sobreviveram à extinção muitas vezes atribuída a um impacto de asteróide, mas dinossauros (à excepção dos possíveis ancestrais das Aves), répteis marinhos e voadores, não.


HOLOCÉNICO - No último milésimo de segundo do tempo geológico em que a humanidade andou pela terra, as taxas da extinção começaram a elevar-se em torno de 100 vezes ou mais do que era antes de 10 mil anos, quando o homem se organizou em cidades e aumentou sua população. Para muitos cientistas, a questão é a seguinte: se a população de seres humanos duplicar neste século (uma estimativa subestimada), haverá lugar para mais quantas outras espécies?

Referências:

Santos, Fabrício R. (2007) -Extinções em massa. http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/massext.html (Consultado em 19/12/2008)